Esta poderia
ser considerada uma pequena crônica que faria parte das Memórias de um Mané.
Não sei se a incluirei nesse livro inconcluso. Aliás, não sei nem se o concluirei.
Minha falecida companheira – ontem fez dois anos que me deixou –
sempre dizia que eu nunca completo nada que começo. Que se os filhos
dependessem de mim para serem completados, com certeza lhes faltaria algo como
um fígado, um pedaço de orelha ou algo mais notório. Mas eu sou assim. E agora
é muito tarde pra mudar. Gosto de iniciar coisas, mas me desencanto quando
percebo que “não era bem isso que eu queria”.
Para mim, o
prazer está em ENTENDER A COISA. E, entender, é bem mais profundo que
COMPREENDER. Meu caro leitor (se houver
um, pelo menos), que se vire pra descobrir a diferença entre esses dois termos.
Quase sempre são usados como sinônimos ou similares.
Voltando á
vaca fria, a vida está perdendo sua graça para coisas que até bem pouco eu
achava importantes. Em compensação, a descoberta de coisas novas, e bem ao
alcance das minhas possibilidades, me são muito estimulantes. O problema está
sendo a minha completa e caótica desorganização pessoal. Mas até isso se tornou leve pra mim. Não
encontrar as coisas já não me incomoda. Vai que um dos membros da matilha a escondeu
só pra me sacanear.
Agora, numa
pausa, relendo o texto acima, fico pensando: por qual motivo comecei a digitar isso? Sei lá. Mas,
que importância tem saber o motivo?