Dizem os mestres que, para entender as coisas humanasÉ preciso ser inteligente.Mas para entender as coisas óbvias é preciso ser gênio.
Essa
discussão interminável sobre a redução da menor idade, me leva a pensar em
minha própria história.
Com nove pra
dez anos eu ajudava minha mãe a cuidar dos meus irmãos que teimavam em nascer
todos os anos. Aos onze ganhei meu primeiro dinheiro vendendo caqui de porta em
porta. Eu o comprava na chácara e os vendia nos bairros mais longínquos. Três dúzias era
o que cabia no tabuleiro. Uma caixa de madeira sustentada por uma cordinha
amarrada no pescoço.
Com treze
anos já em meu primeiro emprego fixo, atendia no balcão de um armazém de secos
e molhados. Desses que ainda usavam as cadernetas para dar o crédito aos clientes.
Até que um
dia tirei minha carteira dimenor. Um sonho de todo o adolescente que ainda não
tinha os catorze anos completos.
Pois, sem
delongas, com meu salário dimenor entrei no Ginásio. Escola particular, pois
entrar na escola pública era sonho para quem não tivesse passado no exame de
admissão.
Lembro, com
saudades, a alegria de aprender uma profissão, receber o salário e poder pagar
a escola, comer um sanduba de mortadela ou um de salsicha. - DUPLA, POR FAVOR !!!
E um Guaraná !!! Nada de HOT DOG !!! Quem conheceu o Centro Velho de Sampa sabe
do que estou falando.
Pulando
todos os demais capítulos dessa história corriqueira dos mais velhos, lembro
que os dimenores podiam trabalhar, aprender uma profissão, serem educados a
ganhar a vida com trabalho ao invés de tirar a vida de quem tem algo que custou
dinheiro. Ou seja: TRABALHO DE ALGUÉM.
Então a
pergunta que eu não quero calar:
PORQU
ESTAMOS PROIBINDO OS DIMENORES A CRIAR UM FUTURO DECENTE PRA SI MESMOS ?
Façam uma
pesquisa para saber quantos desses grandes empresários de hoje, já nasceram
ricos. Ou quantos ficaram ricos usando cargos públicos. Com certeza o resultado
será óbvio.
Mas não precisa
ser gênio para perceber isso, né ?